quinta-feira, 20 de agosto de 2009

pescador de estrelas...

Sentou-se ofegante no alto pedaço de rocha buscando a pureza.
Olhos livres á sentir a brisa fresca dançar com os pedaços de nuvens.
boca salgada pela maresia, costas cansadas pela caminhada naquela montanha distante do mar...
Olhando pra aquele pôr-do-sol, para as ondas contra a luz, viu sua beleza e delicadeza. ...proporcionando um sentimento de extraordinário deleite...
A busca pelo silêncio ali alcançado une-se à sensibilidade repleta de liberdade.
E vai olhando o movimento do rio tão cheio de lua que continua correndo pro mar...
Se enluarando de felicidade!!
imensa cor púrpura do bom tempo;
Reflete uma suave melodia n´alma daqueles que vivem nesta harmonia.
Bonito é o compasso do silêncio rimando com os cantos da natureza!

remando leito abaixo
foi se desmanchando
virando peixe
virando concha
a se misturar à prateada areia
com a lua cheia
na imensidão do mar.

terça-feira, 18 de agosto de 2009



lisandrodemarchi.com.ar

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Treme o alto sino ao meio dia em ponto em cada ouvido que trabalha sob sol nesse escaldante dia; mãos sujas esfregam o suor gorduroso das testas dessas humildes pessoas. Barulhentos embrulhos de pacotes mornos saciam parte de uma fome sombria.

Soa o apito do moço no alto, arregalando os olhos a chibatar:

-Corram, Corram seus pobres infelizes,
tem mais horas pra trabalhar.
Estou com fome de dinheiro...
silêncio que vou descansar.....

Nesse dia pararam de trabalhar
E encheram o peito pra gritar:
-Fume de uma vez o cérebro do que resta dessa amargura carnavalesca que é morrer de penar.

E uma nuvem cobriu o sol que lascava o dia.

e parece que você anda sozinho...

Não sei se o mundo imagina o que acontece aqui, não tem como imaginar...
Vi dezenas de pessoas morrerem por inanição, ficarem dias sem comer ou beber água, expostos ao tempo, feito bichos. O cheiro desse lugar é medonho. As chaminés despejavam uma fumaça acre de carne humana sendo queimada.
Mas continuo sob esse céu...muros, não posso pular.....pedras, não posso jogar....paredes não vão me escutar...paredes vazias de alguém. Minha casa é aqui? Minha terra é aqui?!? Muros, pedras, cercas, arames, farpados em farpas de gente.
Olhos saltados, mãos para o alto, estou na rua com fome, hei homem, não aponte esse dedo assim sem quê nem pra quê, não atire em mim, porque? Preciso sonhar...não atire é o fim! Mas o que restou das lembranças...hei homem, o que sobrou das esperanças? No centro vim morar pra perto da cidade ficar, mas o que aconteceu?; a cidade mais longe de mim ficou!!!!queria gente, gente, e entrei nessa guerra fria, eles passam pra lá e pra cá, e eu continuo aqui...e parece que você anda sozinho numa cidade de vinte milhões de habitantes e ninguém tem um lenço pra você....

terça-feira, 4 de agosto de 2009