sábado, 17 de outubro de 2009

pensamento rarefeito

Minha garganta secou. 

Sem piscar, senti meus olhos ficarem brancos, até que um vazio homogênio de sossego engolisse minhas angustias.

Procurei sem querer, palavras inaudíveis  no oco da minha cabeça.

Coladas ali, asfixiaram-se ate os ecos do vento entrarem por portas e janelas abertas.

nuvem saindo pela boca.

pálidos dedos indescritíveis camuflados pela neblina,

que invadiam os poros de um corpo calmo que respirava nu e leve.

Sem som, sem traço.

desisti rapidamente de buscar sentido a oração alguma

e me afoguei profundamente num desconexo sonho real.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

tropeçando pelas bandas...


.....cruzando Ipiranga com Av.São João

Lembro bem do dia em que falei em alto e bom tom que não voltaria tão cedo pra essa cidade.
E me diziam que ia sentir a falta daqui; pelo tão grande tamanho coberto de tantas coisas a fazer.
E caminhei sem nem espiar pra trás.
A garoa certa dos dias sempre frios pararam de atrapalhar meu bom humor de dias comuns.
Um emaranhado de gente tão igual no caminhar,
que olho algum perceberia sutis diferenças de ser em ser.

Sem querer tropecei por essas bandas novamente...
Garoando gelado, um constante vento passou o dia me cutucando.
Remoendo um oco sentimento por essas feias ruas.
Consumi tudo o que pouco trouxe...
Do dinheiro, ao bom humor.

Quero fugir daqui antes de ir embora.
quero o calor do meu coração de volta.
quero respirar um pouco de ar.
pra só assim meu humor poder voltar...