quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

ergáustulo inconsciente

São algumas as paredes que me cercam aqui. Deduso, após submeger em alta análise que isto se trata de um heptágono irregular sem saída.Minha inteligência é limitada ao ponto de tornar incompreensível o fato deu ter vindo parar aqui!Na ponta dos pés, perco equilíbrio sem ao menos tocar o ápice dessas frias paredes;
Chego a imaginar que quem calculou laboriosamente essa contrução não ocorreu que eu estaria aqui, pois ao contrário, me possibilitaria uma saída instantânea. Não enchergo mais ninguém, e o cheiro desesperador é o que me há de mais prazeroso.
Há um muro fortemente construído para que ninguém mais esteja aqui e como é certa a minha morte, apenas após decomposição da carne seria possível outro; Mas que apenas me substituiria, pois agora, estou eu aqui e minha alma vagante, não tem saída, assombrará eternamente esse silecioso e comprimido ar.
Não vejo necessidade de me esquivar daqueles olhares de suplica que passam apressados pelos becos; pois não os vejo mais.Aqui só há ausencia de medo. Nem percevejos, nem libélulas.
Não há fortes ventos, pois os muros tratam de cessa-los; Nem o medo da prazerosa solidão me corroe nos instantes de nostalgia... Pois por aqui,me sinto em plena e absoluta liberdade de exprimir meu pensamento sobre todas as coisas. Regularmente me assusto e saio do sono profundo; fico escutando o silêncio que aqui reina inalterado, dia e noite.
Não estranho diminuir o tamanho ao passar do tempo e nem penso se é o muro que tem aumentado os tijolos... que importancia me faria se as paredes crescescem? Mais proteção me daria, e mais paz reinaria entre um conchilo e o sono inconscientes.

Sem calcular estratégias para saída, ouvi um dia uma luz, rastejei-me disconcertantente tentanto ler novos pensamentos que refletiam em mim. Hipoteses, apenas. A ausência de cores, deteu meus olhos ao nada imobilizados atrás da minha limitada conciencia;
Talvez, seja essa a clareza de minha morte.

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