sexta-feira, 23 de julho de 2010

O futuro é mera hipótese.

Simplesmente vagando muda de in-certa forma à rumo algum.
O mundo rodopia e a vida subjetiva e metafísica ri de mim.
Mente bem longe do meu interior aguardando um chamado a se manifestar e dizer o que preciso ouvir.
Fios que me conduzem aqui, correm pra formar um som, para colorir e zomzear minha cabeça.
A paisagem permanece estática ao meu tempo;
Em meio esse exílio que é o silêncio, sem querer desconcerto meu corpo, embaraço minha mente, passando como tantos outros pensamentos rarefeitos que se embaralham num vento que quer me levar daqui.
Enquanto escuto meu silêncio bobo, minha desconexa fala, meus obtusos sentimentos, meu querer absurdo (supostamente um abuso), aos poucos desaprendo a ser tudo o que já fui; o que ora caminhava rumo-certo, viram cenas de um filme que eu ainda não vi.
Mas continuo cá,calada, erguendo toda uma vida sobre esses enormes pés calejados, esperando um vento que venha contra mim, derrubando esse corpo escorado num futuro hipotético.

Simplesmente rabiscando sem motivo, disfarçando um coração enlatado, caindo sobre mim letras do passado.

Estranho se sentir assim?Estranho é nunca ter se sentido assim, isso sim.

Um comentário:

Gregor Samsa disse...

"O velho pegou no colo a doçura e apertou bem forte no peito.
Pôs nas pequenas mãos a mesma areia que os sustentavam
e a vida escorreu lentamente pelos dedos
rumo ao mar
onde todo o amor um dia renascerá."