sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Fila única

Sabemos, sem margem de dúvidas, que estamos a beira do abismo.
Tá vindo dos céus, das cegonhas, das abóboras um bando de seres destinados a beirar esse abismo eternamente; humanos-seres impossibilitados de germinal uma só grande idéia.
Sâo vendados, empurrados para que sigam em extensas filas rumo um buraco qualquer.
Não se aflingem, nem se cansam de ficar em pé, vivem o ontem, vivem o hoje e nem cogitam um amanhã.
Aguardam estáticos sempre atrás de alguém; nunca andam para a frente...
O único medo é o de olhar as enferrujadas correntes que atam os pés pois um tropeço basta, para que a fila inteira caia.

No fim do buraco, há um amontoado de carne; comida de urubu;
As correntes são rapidamente recolhidas, antes que as cegonhas jogem de novo outros tantos seguidores de fila. A mesma podre fila rumo o eco da desordem de um buraco negro qualquer...

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